quarta-feira, 18 de março de 2009
Todo o ano a dengue faz sua aparição
(Giulio Sanmartini) Durante 1897 a 1906, o Rio de Janeiro era considerado, devido à febre amarela, como o “túmulo dos estrangeiros”, durante esse período a doença matou quatro mil imigrantes.
Oswaldo Cruz, nomeado em 1903 diretor-geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde, propôs-se a resolver o problema e para isso, entre outras coisas, criou a polícia sanitária. Eram estabelecia medidas rigorosas para o combate ao mal, inclusive multando e intimando proprietários de imóveis insalubres a demoli-los ou reformá-los. As brigadas mata-mosquitos percorriam a cidade limpando calhas e telhados, exigindo providências para proteção de caixas d'água, colocando petróleo em ralos e bueiros e acabando com depósitos de larvas e mosquitos. Dessa forma conseguiu eliminar a endemia que todos os anos fazia suas vítimas.
Apareceu a alguns anos a dengue e tornou-se um problema crônico, as autoridades falam muito sobre o que fazer ou não fazer, mas ela pontualmente se faz presente todos os anos, deixando vítimas fatais. A doença passou a ser uma endemia de caráter nacional
Na Bahia foi confirmada a morte de 25 pessoas por dengue hemorrágica e outros 26 casos de óbito são investigados. Até o final de fevereiro, foram notificados 21.407 casos da dengue clássica, o que representa um aumento de 270% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números levaram o governo estadual a decretar situação de emergência em sete municípios na última semana.
A situação é tão aberrante que na semana passada o Ministério Público Estadual abriu um inquérito civil nos municípios onde são registradas as maiores ocorrências, para apurar responsabilidades pelo não-cumprimento de metas preventivas.
Eis a questão. De quem é a responsabilidade ou a falta dela?
E assim seguimos, sem providências eficientes como a que tomou Oswaldo Cruz há mais de um século, a dengue segue imperturbável seu caminho, deixando no rastro um número enorme de mortos.
Fonte: Blog de Adriana Vandoni
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